AÇORES
2012
A
CORDEIRO O QUE É DE CORDEIRO
PS vence regionais com clara maioria absoluta
Vasco Cordeiro sucede a Carlos César na
presidência do Governo Regional dos Açores.O PS vence com margem expressiva as
eleições de Domingo, arrecadando 48,9% dos votos e elegendo 31 deputados para a
Assembleia Regional.
O desejo manifestado pelos socialistas ao
longo da campanha de poderem governar com uma maioria estável foi claramente
validado nas urnas.
Vasco Cordeiro atribui a “grande vitória” à
confiança manifestada pelos açorianos no partido e no projecto socialista,
elogiando a “via açoriana” como uma alternativa clara às políticas nacionais.
Em
sentido inverso, Berta Cabral surge como a grande derrotada do dia, tendo assumido
pessoalmente a derrota, ainda que não se pronunciando quanto a uma possível
demissão da liderança do PSD-Açores. Os 32,9% obtidos pelos sociais-democratas
permitem-lhes eleger 20 deputados, mais dois que em 2008, insuficientes,
contudo, para travar a maioria absoluta socialista.
José Manuel Bolieiro, actual Presidente da
Câmara de Ponta Delgada, rotulou os resultados de “muito maus” e reforçou a
ideia de que, internamente, o PSD terá de reflectir sobre “todo este processo”.
Também no CDS-PP o clima é de desalento.
Para além da perda de dois deputados (3 face a 5 em 2008), o CDS-PP perde
também a possibilidade de se assumir como “fiel da balança” do poder nos
Açores. Paulo Portas, indagado sobre os resultados,
assumiu em nome pessoal o mau desempenho dos centristas, desresponsabilizando o
líder regional, Artur Lima, face ao ocorrido.
Quanto às restantes forças políticas há a
destacar a perda de um deputado no BE,
vítima, segundo Zuraida Soares, da concentração do eleitorado de esquerda no
PS.
A CDU desceu percentualmente, mas manteve,
com Aníbal Pires, o seu lugar no hemiciclo. O histórico comunista lamentou a
maioria absoluta socialista, porque “contrária aos interesses da democracia”.
Paulo
Estêvão, candidato do PPM pelo círculo do Corvo, mantém também a sua presença
no hemiciclo.
Desde
1996 no poder, aquando da primeira eleição de Carlos César, o PS cumprirá em
2016 vinte anos de governação ininterrupta. Influenciados ou não pelo contexto
nacional, os resultados de hoje ratificam Vasco Cordeiro como líder de um novo
ciclo político e deixam caminho aberto a César para se aventurar por outras
latitudes.
Relativamente
a 2008 há ainda a registar uma ligeira descida na taxa de abstenção, que se
cifrou nos 52,1%.
A.M.P, 15/10/12
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